Licenciei-me pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 2020 e trabalhava como intérprete médica para uma empresa americana.
Sempre fui uma miúda criativa, cheia de ideias e à procura de algo novo para fazer.
Num emprego tão formal e rígido, que naturalmente não me permitia explorar a minha criatividade, dei por mim com tempo livre e virei-me para tudo o que podia: brincos feitos à mão com massa de modelar, pintura, unhas de gel, maquilhagem e, no final, costura. Mas rapidamente o entusiasmo passava.
A costura foi a exceção.
quando
Em 2020, depois de costurar pela primeira vez na máquina de costura da minha tia Paula, pedi de prenda de aniversário uma para mim.
Desafiada pela minha irmã a fazer-lhe uma fronha de cetim, tinha em casa um tom lilás e, com o que sobrou, fiz o meu primeiro scrunchie.
onde
Na mesa da sala coloquei a máquina, a minha primeira tesoura e com um retalho de cetim fiz os primeiros testes.
Foi também onde surgiu o primeiro desafio: sem quaisquer conhecimentos sobre tecido, encomendei cetim de uma qualidade inferior. Seria a primeira coleção da NAJLA e tive de tomar uma decisão: ou lançar um scrunchie que não representava a qualidade que eu queria oferecer ou perder o investimento e aprender com o erro.
Não me arrependo de ter escolhido a segunda opção.
PORQUÊ
Queria fazer bainhas a uns tecidos que serviriam de fundo para sessões fotográficas- na altura queria fotografar modelos para um portfólio de maquilhadora.
Depois pedi ajuda à minha tia Né, que me ensinou a perceber os moldes da Burda e fizemos a minha primeira peça de roupa.
Ainda sem confiança para me lançar num projeto demasiado ambicioso sozinha e pensei "eu nunca gosto dos scrunchies que compro, vou experimentar fazer um para mim, parece-me simples".
A Maria do início de 2021 nunca iria imaginar que iria costurar mais de 4000 scrunchies.